LUTAR DUAS VEZES de Mónica de Miranda
Documentário | Em desenvolvimento
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Lutar Duas Vezes é um documentário que reflete as histórias passadas e presentes das mulheres na Luta armada Angolana. O filme surge apartir do trabalho de investigação da Antropóloga portuguesa, Margarida Paredes, editado em 2015 sob o nome “Combater Duas Vezes, Mulheres na Luta Armada em Angola”. O filme será uma adaptação de relatos biográficos e memórias de ex-combatentes descritos no livro.
O filme Lutar Duas Vezes retrata cinco mulheres entrevistadas pela Margarida Paredes no seu livro “Combater duas vezes” e debruça-se sobre os depoimentos incluídos no livro para construir a narrativa do documentário. Os depoimentos são o ponto de partida para desenvolver as personagens. As participantes no processo da construção do filme serão entrevistadas novamente e as suas memórias passadas da Luta Armada serão recriadas a partir dos seus relatos, ao mesmo tempo que, através do acompanhamento do seu dia a dia e rotinas, se pretende documentar as suas realidades contemporâneas através da recriação dos seus lugares de vivência e pertença. O filme vai ser composto por entrevistas convertidas em narração ilustrada por imagens que (co)respondem aos relatos das entrevistas. Será a interpretação destas histórias reais recriadas conjuntamente com a filmagem das rotinas das personagens. Haverá uso de imagens de arquivos da luta colonial, dramatizações das histórias recolhidas num momento de pesquisa prévio à realização do filme e recolhidas diretamente das personagens e obtidas do livro da Margarida Paredes. Estes processos serão utilizados para desenvolver a narrativa e o argumento.
Para além do documentário sobre as personagens, serão usadas imagens de arquivo de momentos significativos na história do conflito armado e da guerra colonial para situar e caraterizar historicamente a narrativa da memória das protagonistas. Uma das cenas de ação e tensão maior a retratar será a saída dos portugueses de Angola através do discurso de Agostinho Neto no dia em que Angola se tornou independente. A outra será a revolta da Baixa do Cassange, também conhecida como “As guerras da Maria” que marca o início da luta armada contra o regime colonial e dos conflitos armados anticoloniais. Estes dois eventos vão ser apenas tratados a partir do uso de material de Arquivo.
O argumento do filme é uma realidade construída através dos retratos biográficos e das histórias passadas e presentes de cinco ex-combatentes na Luta Armada em Angola: Capitã Marisa, Manuela dos Prazeres Kazoto, Mozemba, Elisa Kapunga, e a Rainha do 4 de Fevereiro.